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Xeque-Mate: Pai do deputado João Henrique Catan “amigo de chefe da milícia em MS” manda bloquear prêmio de R$ 1 milhão

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O sertanejo Thiago Servo, que contraiu uma dívida com Jamil Name Filho, foi surpreendido ao ver o débito ser cobrado por outra pessoa, que é o pai do deputado João Henrique Catan, em Campo Grande. O cantor se vê vítima de um golpe e acionou a Justiça. 

A manifestação do cantor foi feita dentro de um processo, no qual João Alex Monteiro Catan, 58 anos, pai do deputado bolsonarista, cobrou dívida inicial de R$ 331 mil, que no decorrer do tempo se transformou em cerca de R$ 1.300.000.

Servo apresentou um pedido de ”exceção de pré-executividade”, onde explicou ao juiz que, quando fazia dupla com a cantora do MS, Thaeme, ganhava cerca de meio milhão de reais por mês. Porém, por motivos particulares, Thiago decidiu por fim à parceria com a jovem. 

Ainda de acordo com o processo, quando ainda estava na dupla, Thiago comprou uma BMW e um avião de Jamilzinho Name e assinou uma nota promissória em branco como garantia. Ele alega que deu entrada de R$ 150 mil pelos bens. Só que, com o fim da carreira com Thaeme, o cantor viu seus rendimentos caírem bruscamente e desistiu da aeronave e do carro de luxo. 

Thiago conta que devolveu os bens a Jamilzinho e que os R$ 150 mil dados de entrada ficariam pelo tempo que desfrutou do luxo. Sendo assim, o negócio estava encerrado e Jamilzinho ficou de rasgar a nota promissória. 

O sertanejo disse ao juiz que confiou que Name Filho iria rasgar a nota e não o questionou mais em razão de Name ser uma figura conhecida na cidade e também de temperamento difícil, que não aceita questionamentos. 

Dívida foi feita com Jamilzinho (esquerda), diz Thiago. (Foto: Silas Lima)

A surpresa de Thiago veio com a ação onde João Alex entrou com processo cobrando o valor. Ele alega que o pai do deputado Catan usou indevidamente a nota promissória, que não teria relação alguma com os Catan. 

”Faltou o exequente [João Alex] com o dever da verdade, da lealdade e boa-fé, quando apresentou nota promissória preenchida posteriormente, com nome distinto ao do credor, com valor cobrado em dobro, com data que não condiz com a realidade, apenas para auferir benefício financeiro, ignorando qualquer princípio ético e moral.”, escreveu a defesa de Servo na ação. 

Porém, o juiz David de Oliveira Gomes Filho não aceitou o pedido de Thiago para suspender a cobrança, até que a lisura da nota promissória seja esclarecida. O magistrado ordenou, inclusive, que a RecordTV deposite R$ 1 milhão ganhos pelo artista no reality show ”A Grande Conquista” para pagar João Alex Catan. 

O TopMídiaNews acionou os advogados de João Alex Monteiro Catan e o deputado João Henrique, que foi o defensor do pai por um tempo na ação. A assessoria do parlamentar prometeu resposta, mas nã veio.

O advogado de Thiago Servo, Otávio Figueiró, confirmou as informações, mas disse que vai recorrer para provar que a dívida não foi feita com João Alex. Ele também vai contestar penhora do prêmio ganho por Servo no reality show. 

O espaço segue aberto pelo tempo que as partes entenderem necessário. 

Crimes

Catan pai, além da acusação de má-fé e suposto estelionato, responde há 15 anos em processo após a operação Xeque-Mate da Polícia Federal. Em um dos documentos, a PF indica que João Alex Catan se aliou a outros dois investigados para formar um grupo independente para exploração do jogo de azar através de máquinas caça-niqueis, se desvinculando de Nilton Cesar Servo. O diálogo foi interceptado dia 01/04/2007 às 20h59, diz a PF. 

João Alex Catan é um dos réus por improbidade administrativa, junto a uma extensa lista de policiais, coronéis, empresários e advogados.
Operação Xeque-Mate

Meu nome é Johnny

Inquérito da Polícia Federal apontou que o advogado João Alex Monteiro Catan, pai do deputado estadual João Henrique Catan (PL), defensor da moral, e ‘dos bons costumes’, comandava o império das máquinas caças-níqueis em Mato Grosso do Sul. 

O fantasma de uma operação policial que envolveu nomes famosos e políticos de MS ainda paira em processo judicial que está mais vivo do que nunca. Após 15 anos da Operação Xeque Mate, a maior ofensiva da Polícia Federal contra os jogos de azar no Estado, o Ministério Público Estadual luta para que a ação judicial continue e a punição aos membros da organização criminosa sejam punidos. 

A PF expos o esquema das máquinas caça-níqueis em Mato Grosso do Sul, onde o advogado João Alex Monteiro Catan, o “Johnny”, era um dos líderes de um dos grupos. Ele é pai do deputado estadual reeleito João Henrique Catan (PL), que durante a campanha eleitoral defendeu o combate a corrupção e da defesa da família. 

Pablo Escobar brasileiro

Major Carvalho foi preso pela primeira vez em 1997, quando já estava no quadro da reserva dos oficiais da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) – a carreira do policial militar durou 16 anos, ingressou na PM em 25 de janeiro de 1980 e se aposentou em 28 de maio de 1996.

Sérgio Carvalho foi pego em um hotel no Guarujá (SP), depois que 237 kg de cocaína foram flagrados em aeronave pronta para decolar de sua propriedade, a Fazenda Cordilheira, em Rio Verde de Mato Grosso (MS). Pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico ele foi condenado a 15 anos de prisão.

Em 2007, quando já cumpria pena em regime semiaberto, voltou a ser preso com João Alex Monteiro Catan, pai do deputado estadual João Henrique Catan (PL), por envolvimento em jogos de azar, alvo das operações Xeque-Mate e Las Vegas

Veja mais:

Polícia Federal indicia 101 acusados na Operação Xeque-Mate

https://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u304654.shtml

Bomba: pai de deputado estadual ainda responde por máfia em MS

https://www.topmidianews.com.br/policia/bomba-pai-deoutado-caca-niqueis-ms/173792/?fbclid=IwAR2kJLju-_rKcESyXbBtSul3zjeGarD7Y8HU6E89LFq-SfsCkuOv7TRKewE

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