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Presidida por Contar, entidade que atendia crianças carentes foi investigada e fechou as portas

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Candidato era administrador do Centro que dava comida estragada a crianças e ainda recebeu 100% de aumento de verba de Gilmar Olarte

A administração de Renan Contar à frente de uma entidade beneficente de Campo Grande acabou em investigação e portas fechadas. O hoje candidato ao Governo Capitão Contar esteve na presidência do Cemeb (Centro de Ensino Maria Edwirges Borges) durante sérias acusações do Ministério Público do Estado, até de oferecer comida vencida a crianças carentes.

Após anos e duas investigações, o Centro fechou as portas alegando falta de recursos públicos. Contar fala em ‘mentira sensacionalista’ (veja nota oficial ao fim da matéria).

Renan Contar assinou como presidente da Cemeb de 2010 até pelo menos o ano de 2016. Neste período, inclusive, a entidade viu dobrar a entrada de dinheiro público, especificamente na gestão de Gilmar Olarte, hoje apoiador da candidatura do capitão reformado.

O processo teve início em 2014, após visita do MPE ao Centro de Ensino, localizado no bairro Nova Lima. A ‘batida’ identificou diversas irregularidades, como problemas na estrutura física, com risco a crianças e adolescentes. “Na cozinha haviam alimentos com data de validade e consumo vencidas, como macarrão, feijão e salsicha”, diz o documento, assinado pelo então promotor de Justiça Paulo Henrique Camargo.

A entidade sequer tinha alvará do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária, o que é contra o Estatuto da Criança e do Adolescente e o próprio regimento municipal. O promotor pedia a imediata regularização do Cemeb.

Em resposta – que consta em processo judicial – o próprio Contar, como presidente da entidade, admite funcionar de maneira irregular.

(Trecho comprovando a presidência do deputado / imagem: reprodução TJMS)

Neste primeiro processo, a juíza Katy Braun do Prado advertiu oficialmente o Centro pelo descumprimento da obrigatoriedade dos alvarás, mesmo após mais de três anos da cobrança do Ministério Público. A decisão é de 2017.

DINHEIRO PÚBLICO

Um novo processo, iniciado também pelo MPE, mas em 2020, revela as ligações do Centro de Ensino com o dinheiro público. Após questionar novamente a documentação do Cemeb, o Ministério Público é informado que o Centro deixou de funcionar.

“Apesar dos esforços da Instituição em manter suas beneficências, a ausência de auxílio por parte do Poder Público resultou no encerramento abrupto de suas atividades”, diz pela Leda Jorge de Souza, ex-mulher de Contar e então vice-presidente da entidade

(Trecho de resposta da entidade ao MPE / imagem: reprodução TJMS)

Em visita no Diário Oficial de Campo Grande, há pelo menos três convênios assinados pela gestão de Renan Contar. Em um primeiro, de 2012, o valor da verba é de R$ 48 mil anuais. O montante é dobrado com Gilmar Olarte e passa para R$ 96 mil em 2014, para então recuar a R$ 79,2 mil em 2016 no último ano de Alcides Bernal.

OUTRO LADO

Em nota oficial, Capitão Contar nega qualquer problema. Veja na íntegra: “Trata-se de mais uma mentira sensacionalista. Infelizmente a mídia desvirtuou sua função e trabalha nessa campanha como cabo eleitoral do candidato adversário. No caso em questão, tudo o que houve foi uma simples solicitação do corpo de bombeiros para adequação da estrutra (sic) para fins de aumento da segurança do local. Jamais houve qualquer sanção aplicada ou mesmo investigação em relação ao candidato do PRTB. Quando for Governador do Estado, o Capitão Contar trabalhará para tornar a imprensa livre a fim de que não precise mais mentir com o intuito de favorecer qualquer grupo político”.

Informações TopMidia News.

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