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Duran revela pagamento a sócio de esposa de Moro para não ser preso na Lava Jato

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O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, jogou mais lenha na fogueira da Vaza Jato, em entrevista inédita ao jornalista Jamil Chade. Divulgada no UOL, nesta terça (18), a reportagem indica que Duran admitiu, às autoridades da Suíça, que fez pagamento ao advogado Marlus Arns, que já foi “sócio” de Rosângela Moro e Carlos Zucolotto (padrinho de casamento de Sergio Moro), para “não ser preso” na Lava Jato de Curitiba.

Duran afirma que foi extorquido na Lava Jato, com advogados exigindo pagamento de 5 milhões de dólares para amenizar a multa e “melhorar” a delação premiada que o ex-advogado da Odebrecht tentou negociar com procuradores liderados por Deltan Dallagnol.

O ex-advogado, que está em Madri (Espanha), já havia dito a alguns veículos de comunicação – incluindo o G7, numa série especial sobre indústria da delação – que Zucolotto era o responsável pelo pedido de 5 milhões de dólares.

A novidade, agora, é que Duran teria pago uma primeira parcela, de 612 mil dólares, ao advogado Marlus Arns. Duran afirma que deixou de pagar o restante do dinheiro porque acreditava que aquela “extorsão” não teria resultados.

Marlu Arns é irmão do ex-vice governador do Paraná Flavio Arns (PSDB). Flávio Arns é presidente das APAES no qual a senhora Rosângela Moro é assessora jurídica.

Em novembro de 2016, poucos meses após o primeiro pagamento, Duran foi alvo de operação da Lava Jato. Sergio Moro decretou sua prisão, mas não foi possível executá-la porque o ex-advogado da Odebrecht já estava fora do País. A operação chegou a pedir sua extradição, mas foi derrotada.

As autoridades da Suíça questionaram a Duran sobre a procedência de um montante que foi congelado em sua conta. Foi quando sua defesa encaminhou um documento explicando a extorsão e vinculando a primeira parcela de 612 mil dólares a Arns a este episódio.

“A defesa insiste que houve ‘tráfico de influência’, com o qual se chegou a acordos de delação. Caso contrário, o suspeito era preso. ‘É assim que o advogado Marlus Arns, entre outros, praticava a extorsão denunciada’, explica a carta apresentada aos suíços”, escreveu o UOL.

“Tacla foi extorquido e ameaçado […] e temor por sua vida o levou a pagar uma parte da extorsão. O advogado Marlus Arns, que recebeu o pagamento -dinheiro que é apontado como uma das justificativas para o bloqueio das autoridades suíças– já tinha trabalhado com a mulher do [ex] juiz Sergio Moro, sendo outro sócio o advogado Carlos Zucolotto Junior, que também foi sócio da mulher de Moro, e que hoje trabalha com lobista profissional”, escreveu os advogados em um trecho da carta à Suíça.

Segundo Duran, Moro continua fazendo perseguição, agora do Ministério da Justiça, de onde pode controlar os processos de cooperação internacional.

Duran ganhou os holofotes da mídia quando confirmou à Folha que o advogado Carlos Zucolotto Junior – ex-sócio de Rosângela Moro num escritório de advocacia, e atualmente parceiro numa empresa de palestras aberta ano passado – teria oferecido a a possibilidade de redução de pena e de multa em troca de pagamento, via caixa 2, de 5 milhões de dólares. Zucolotto teria prometido negociar a delação de Duran com “DD”.

Detrator da Lava Jato, Tacla Duran também expôs que a Odebrecht “ofereceu 15 anos de salários pagos para ele entrar no grande acordo firmado pela empresa e a Operação Lava Jato”. Ele também revelou que “mantinha, no segundo semestre de 2016, conversas com o Departamento de Justiça em Washington.

Em Curitiba, ele é acusado de “movimentar mais de R$ 95 milhões para a Odebrecht e outras empresas em vários países do mundo, além de lavar por meio de suas empresas cerca de R$ 50 milhões.

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