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Ex-presidiário Giroto preso na operação Lama Asfáltica é réu por demitir peão machucado de fazenda

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O capataz Gilmar Damião da Silva, 51 anos, busca os direitos trabalhistas que lhe foram supostamente negados, quando trabalhou um mês na Fazenda Encantado do Rio Verde, em Rio Verde e foi demitido, mesmo doente. A propriedade ganhou o noticiário policial quando da prisão do ex-deputado Edson Giroto, acusado de comprá-la com dinheiro público desviado. 

Conforme a denúncia, Damião diz que foi contratado em janeiro de 2024 e chegou a entregar a Carteira de Trabalho ao contratante, que seria o arrendatário da propriedade, Márcio Roberto da Silva. Conforme apurado pelo TopMídiaNews, Márcio presta satisfações para Flávio Henrique Garcia Scrocchio, ex-cunhado de Giroto. 

No entanto, pouco depois de completar um mês na fazenda, um equino pisou no pé do capataz durante a selagem. Ele avisou aos superiores sobre o caso, mas não teve retorno. Foi um vizinho da propriedade, garante Damião, que o levou para socorro em Rio Verde. 

”Liguei para o Flávio e ele disse: ‘tô tomando cerveja aqui com o Giroto, e você me perturbando?”, recordou o trabalhador, detalhando que eram oito horas da noite. 

Flávio, que seria dono da fazenda, negou conhecer o caso (Foto: TRT 24ª Região)

O trabalhador detalha ainda que, ao dizer que estava doente, não recebeu qualquer auxílio, nem remédio ou ligação dos superiores. Ele se recorda também quando ligou para Márcio questionando se alguém o levaria da fazenda até a cidade buscar ajuda médica e teria ouvido que não, que iria ser dispensado. 

No dia 9 de fevereiro, o trabalhador foi chamado para a loja de um superior, em Campo Grande, onde recebeu o salário de janeiro e outro provento, além da notícia que estaria dispensado. Ele garante que nenhuma anotação fora feita na Carteira de Trabalho. 

Equino pisou no pé do capataz, que foi demitido (Foto: Repórter Top)

Agora, Gilmar busca a Justiça do Trabalho, que fica em Coxim, para receber todos os direitos trabalhistas e o equivalente a salários por um ano, em razão da estabilidade à qual teria direito por ter se machucado no trabalho. O valor da causa é R$ 108 mil. A audiência de conciliação está marcada para maio. 

No processo constam como réus Edson Giroto, Márcio, o filho dele, e Flávio Garcia. Os tópicos da ação no site da Justiça trabalhista são ”Acidente de trabalho”; ”Estabilidade Acidentária” e ”Reconhecimento de Relação de Emprego”. 

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