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Oficial da PM que estava em QG do jogo do bicho é assessor de Neno Razuk

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O major reformado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Gilberto Luiz dos Santos é uma das pessoas que estava em imóvel no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, onde foram apreendidas 700 máquinas portáteis usadas para apostas do jogo do bicho, nesta segunda-feira (16 de outubro). “G. Santos”, como é chamado, trabalha como assessor do deputado estadual Neno Razuk (PL) na Assembleia Legislativa.

Assessor de deputado foi encontrado em local em que foram apreendidas 700 máquinas do jogo do bicho. — Foto: Reprodução

Segundo o Portal Primeira Página, ele seria uma espécie de mandachuva no grupo que tenta monopolizar o jogo de azar na cidade, depois do vácuo no comando, com as ações da operação Omertá, deflagradas em 2019.

G. Santos, conforme o portal da transparência da Alems, é nomeado com em função de assessoria intermediária. O salário é de R$ 1,3 mil. Como policial da reserva da Polícia Militar, ele tem remuneração bruta de R$ 21 mil.
Além dele, outro policial que também estava no “QG” do jogo do bicho descoberto pela Polícia Civil é Manoel José Ribeiro, o “Manelão”.

Os dois militares reformados foram julgados, juntos, em 2009, por um crime de homicídio, em Dourados, e acabaram inocentados.
Na época, a acusação é de G.Santos e “Manelão” e mais dois policiais haviam matado um suspeito de crime e que integravam um grupo de extermínio formado por policiais do GOF (Grupo de Operação de Fronteiras), semente do atual DOF (Departamento de Operações de Fronteira). A ocorrência foi em 1997, mas o júri só aconteceu anos depois.
A reportagem do Primeira Página teria entrado em contato com os dois, sem êxito. O deputado estadual também foi procurado, mas não atendeu as ligações. A intenção era saber se alguma providência será tomada em relação ao nomeado.

Neno Razuk, cujo nome de batismo é Roberto Razuk Filho, tem base eleitoral em Dourados. A mãe dele, Délia Razuk, foi prefeita na cidade. O pai, Roberto Razuk, foi deputado estadual.
Razuk pai foi condenado pela Justiça Federal a 20 anos de prisão por um esquema envolvendo empréstimo obtido junto ao Banco do Brasil. Chegou a ser enquadrado entre os alvos da operação Xeque-Mate, de combate à exploração de jogos de azar, que acabou naufragando e sendo anulada pela Justiça, nos anos 2000.

Investigação indefinida

Embora a apreensão das 700 máquinas usadas para apostas do bicho tenha sido feito pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), não está definido ainda onde o inquérito vai correr. Nove pessoas estavam no local, foram conduzidas para a delegacia, ouvidas, e liberadas.

Ninguém foi enquadrado em qualquer infração penal. Todos alegaram estar ali apenas para jogar baralho e disseram desconhecer a origem das máquinas e de quem é o imóvel.
Existe uma possibilidade de transferência para outra unidade, sendo a mais cotada o Dracco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado), onde já correm apurações relacionadas ao jogo de azar.

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