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Instituto Ranking Pesquisas volta a divulgar levantamentos sem registro no TRE após erros nas eleições de 2024

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O Instituto Ranking Brasil Inteligência, dirigido por Antonio Ueno, voltou a divulgar pesquisas eleitorais para o governo e o Senado em Mato Grosso do Sul sem o devido registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A prática reacende críticas à confiabilidade da empresa, que enfrentou sérias controvérsias nas eleições municipais de 2024.

Durante o pleito de 2024, o instituto cometeu erros significativos em pelo menos 12 municípios do estado, incluindo a capital, Campo Grande. Em Sidrolândia, por exemplo, a pesquisa apontava vantagem de 5,8% para a então prefeita Vanda Camilo (PP), mas o resultado final deu vitória a Rodrigo Basso (PL) com 61,27% dos votos válidos, uma diferença de mais de 23 pontos percentuais em relação à previsão.

Em Campo Grande, o Instituto Ranking Brasil Inteligência divulgou pesquisas indicando liderança de Rose Modesto (União Brasil) sobre a atual prefeita Adriane Lopes (PP). A última pesquisa do segundo turno, divulgada em 20 de outubro de 2024, mostrava Rose com 45,5% das intenções de voto na pesquisa espontânea, enquanto Adriane aparecia com 42%. No entanto, nas urnas, Adriane Lopes foi reeleita com 51,45% dos votos válidos, superando Rose Modesto, que obteve 48,55%.

Além disso, o instituto chegou a divulgar uma pesquisa de boca de urna no dia da eleição, apontando vitória de Rose Modesto com 53% dos votos válidos, o que não se concretizou. A discrepância entre as pesquisas e os resultados finais levantou questionamentos sobre a metodologia e a precisão dos levantamentos do Instituto Ranking.

A divulgação de pesquisas eleitorais sem o devido registro no TRE é uma prática que fere a legislação eleitoral brasileira, que exige o registro prévio de pesquisas para garantir transparência e confiabilidade no processo eleitoral. A reincidência do Instituto Ranking em divulgar levantamentos sem registro oficial reforça as críticas sobre sua atuação e levanta dúvidas sobre a influência dessas pesquisas na opinião pública.

Proprietário e estatístico do Instituto Ranking são alvos de investigações

Além dos erros e controvérsias envolvendo as pesquisas eleitorais, o proprietário do Instituto Ranking, Antonio Ueno, e o estatístico responsável pelos levantamentos, Augusto da Silva Rocha, são alvos de investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Conselho Federal de Estatística. 

As apurações investigam possíveis irregularidades na realização e divulgação de pesquisas eleitorais, como manipulação de dados, ausência de metodologia clara e falta de registro obrigatório no Tribunal Regional Eleitoral. Também são analisadas denúncias sobre o uso das pesquisas para favorecer determinados grupos políticos e influenciar a opinião pública de maneira indevida.

Segundo fontes ligadas às investigações, há indícios de que o instituto tenha violado a legislação eleitoral de forma reiterada, o que pode resultar em sanções administrativas, civis e criminais, tanto para a empresa quanto para seus responsáveis técnicos.

As investigações seguem em sigilo, mas a expectativa é que os resultados sejam apresentados ainda neste ano, podendo culminar com ações judiciais e eventual responsabilização dos envolvidos.

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