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Vereador Professor Juari: O Novo Normal no retorno às aulas presenciais

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As escolas enfrentaram uma série de obstáculos para conseguir manter os estudantes em um contexto de aprendizagem durante o isolamento social. Agora, o desafio é outro: O retorno às aulas presenciais, almejado por muitos e indesejado por outros tantos, em meio ao cenário complexo, a decisão foi tomada: As aulas retornaram na primeira semana de agosto do ano em curso, nas escolas públicas da capital de Mato Grosso do Sul.

Após um ano e meio, as portas das escolas foram abertas. O barulho nos pátios voltou e as salas de aula não estavam mais vazias. Encontrar os colegas de turma, professores e colaboradores durante a volta às aulas presenciais, ganhou um novo significado e uma nova forma, sem abraços, com distanciamento e muitos cuidados recomendados por protocolos de saúde. Por se tratar de uma ferramenta de proteção social, a escola evita, por exemplo, a violência contra crianças e jovens, o que pode influenciar positivamente o aumento do rendimento escolar.

A aquisição de insumos, a elaboração de um Plano de Biossegurança seguindo as orientações dos órgãos competentes, a imunização dos profissionais que atuam nas instituições escolares, as discussões e organização do espaço físico. Estas e outras ações foram realizadas para que o retorno acontecesse de forma satisfatória, visando preservar a saúde e segurança dos estudantes e colaboradores.

Foi necessário adaptação e uma preparação diferenciada para receber os estudantes. Não da mesma maneira como retornavam das férias, mas com uma nova experiência vivida por estes, que pode ter deixado diversos impactos negativos. Não apenas na aprendizagem, mas no desenvolvimento socioemocional causado pelo isolamento social e distanciamento escolar, provocados pela pandemia.

As mudanças trazidas influenciaram, além de diferentes setores da sociedade, as organizações familiares, pois promoveram alterações na rotina dos pais e, consequentemente, na dos filhos. De forma abrupta, todos precisaram se adequar ao trabalho e estudo remoto, o que gerou impacto nas relações e ações cotidianas.

Com os professores não foi diferente. Afinal, estes continuaram a ministrar aulas durante a pandemia, o que exigiu novas habilidades, levando-os a reinventarem-se e adaptarem-se às novas tecnologias, novas metodologias, transformando o processo de ensinar e aprender e as relações interpessoais. Para Fonseca, (2020), o foco do processo escolar não está mais concentrado no professor x ensino e sim, no aluno x aprendizagem, com efetivo respeito às necessidades e ritmo individuais de cada sujeito participante.

Retornar às aulas presenciais coloca em evidência muitos sentimentos e traz à tona uma discussão irrefutável sobre o medo da doença e da contaminação. A insegurança dos adultos influencia diretamente as crianças e jovens; portanto, faz-se necessário entender estes anseios e saber lidar com níveis diferentes de ansiedade, pois os estudantes trarão de casa uma bagagem do que vivenciaram e vivenciam desde o início da pandemia. É importante que ocorra um período de readaptação à escola e de apropriação de uma nova rotina, na qual o contato físico e as manifestações de carinho devem ser controladas e minimizadas. De acordo com Moran (2010), o papel mais importante dos professores é apoiar e convencer os estudantes de que podem evoluir em todas as dimensões, de múltiplas formas e por diversos caminhos, e que pela aprendizagem ativa e criativa podem transformar suas vidas, desenvolvendo níveis crescentes de competências cognitivas e socioemocionais.

Corroborando com as pontuações descritas acima, neste primeiro momento, a escola precisará ser um espaço de acolhimento, no qual é desenvolvida a empatia, o respeito às regras e o entendimento de um novo cenário a ser vivenciado, adequando o aprendizado com foco na aprendizagem do que é mais importante, desenvolvendo as habilidades socioemocionais previstas na Base Nacional Comum Curicular, com a reorganização dos conteúdos de acordo com a nova realidade educacional, revendo e adaptando os objetivos a serem alcançados no decorrer do ano letivo.

As escolas devem unir todo o aprendizado do período vivenciado e ultrapassar as barreiras entre a sala de aula e a aprendizagem digital, pois de acordo com Sandro Bonás (2018), o estudante deve ser protagonista desse processo, auxiliando na construção do próprio conhecimento.

A participação e apoio da família são fundamentais neste processo de adaptação à nova rotina, pois, com a colaboração entre escola, famílias e estudantes, a volta às aulas será mais segura e todos poderão aproveitar os benefícios desse retorno tão aguardado, promovendo um processo de ensino e aprendizagem de qualidade em um contexto tão adverso como o atual; afinal, somente por meio da educação que nos tornamos capazes de superar obstáculos e nos reinventarmos, sendo necessário utilizar a expertise que a pandemia nos ensinou, para que consigamos repensar, compensar, evoluir e fazer deste novo momento, uma  oportunidade para nossas vidas, pois é um momento de união e cooperação, no qual família e escola formam uma parceria necessária para a obtenção de êxito no processo de ensino e aprendizagem dos nossos queridos estudantes.

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