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Países que usaram vacinas chinesas enfrentam novos surtos de covid-19, diz jornal

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O que Mongólia, Bahrein, Chile e as pequenas Ilhas Seychelles têm em comum? Os quatro países vacinaram boa parte de seus habitantes com vacinas produzidas na China e agora, em vez de se livrar do coronavírus, das máscaras de proteção e das medidas de isolamento, todos enfrentam novos surtos de contaminação.

Reportagem publicada na terça-feira 22, pelo jornal The New York Times mostra que, nesses quatro países, entre 50% e 68% da população foi totalmente vacinada, ultrapassando inclusive os Estados Unidos, segundo o site Our World in Data. Entretanto, todos eles estão entre os dez países com os piores surtos de covid-19 registrados na semana passada, de acordo com levantamento de dados feito pelo jornal norte-americano. As quatro nações apostaram suas fichas em laboratórios chineses com nomes similares — a Sinopharm e a Sinovac Biotech, esse último, conhecido dos brasileiros em razão da CoronaVac, imunizante desenvolvido na China em parceria com o Instituto Butantan.

Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, cerca de 45% da população está totalmente vacinada, principalmente com doses desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e Moderna. Os casos caíram 94% em seis meses. Em Israel, onde foi aplicada a vacina da Pfizer, o número de novos casos de covid-19 confirmados diariamente por milhão está agora em cerca de 4,95. Nas Seychelles, que usaram a chinesa Sinopharm, esse número é de mais de 716 casos por milhão.

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A disparidade de resultados em razão do uso de diferentes vacinas no mundo, segundo a reportagem, pode criar três grupos de países que emergem da pandemia — as nações ricas que saíram na frente, compraram e aplicaram doses da Pfizer/BioNTech e Moderna, os países pobres que estão no fim da fila de vacinação e, em seguida, aqueles que estão imunizados mas parcialmente protegidos, com produtos de baixa eficácia. A China, assim como mais de 90 países que receberam doses fabricadas no país asiático, pode terminar no terceiro grupo, sofrendo a imposição de medidas restritivas e arrastando os efeitos da pandemia por meses ou anos.

O QUE DIZ A CHINA

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China informou não ver ligação entre os recentes surtos de covid-19 e suas vacinas. O órgão do governo citou a Organização Mundial da Saúde dizendo que as taxas de vacinação em certos países não atingiram níveis suficientes para prevenir surtos e que essas nações precisavam manter o controle. “Relatórios e dados relevantes também mostram que muitos países que usam vacinas feitas na China expressaram que são seguras e confiáveis ​​e têm desempenhado um bom papel em seus esforços de prevenção de epidemias”, informou o Ministério. A China também enfatizou que seus imunizantes têm como alvo doenças graves, e não a transmissão.

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